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Nunca é demais repetir os cuidados a ter com o japamala. O último artigo que escrevi sobre isto mesmo, mas de uma forma geral. Agora vou abordar aqueles que considero serem os cuidados mesmo essenciais.
Independentemente da utilidade que cada pessoa dá ao japamala, seja para meditação ou recitação de mantras ou como acessório de moda, todos queremos uma coisa: que o japamala dure para sempre e sempre como no dia em que o comprámos.
Para que isso aconteça, há que ter cuidados de manutenção.
Continuo a reparar numa certa "negligência" no que toca aos cuidados. Quem reconhece a importância deste objecto, sabe que foi escolhido para nos acompanhar numa jornada ou numa intenção e que nos transmite bem-estar e equilíbrio, independentemente do uso que lhe damos. É um objecto sagrado que merece ser cuidado!
Ocasionalmente recebo japamalas para reparar. Já sei antecipadamente qual a reparação a ser feita (geralmente sempre a mesma e falarei disto mais à frente), mas gosto de o avaliar sempre ao pormenor.
Um dos aspectos que me salta logo à vista é o estado de conservação dele. Vejo se as contas de madeira estão hidratadas, se as contas de pedra estão brilhantes e "saudáveis", se os metais estão oxidados, se o tassel está em bom estado e inevitavelmente percebo sempre se o japamala é cuidado ou não. Há japamalas que têm desgaste do uso, mas são visivelmente bem cuidados e há japamalas que me chegam ou completamente esfrangalhados e não tiveram tempo para grandes utilizações ou ressequidos e oxidados porque... foram a banhos. Tive um pedido de reparação em que o japamala foi a banhos de mar. Era de madeira e claro não resistiu. Estava branco, desidratado, quebradiço, com metais oxidados. Muito danificado. A cliente compreendeu a minha explicação e resolveu devolvê-lo à Terra e adquirir um novo. Nem com um milagre, aquele japamala iria voltar ao seu esplendor.
Gosto dos japamalas novos mas também adoro rever aqueles primeiros japamalas que entretanto envelheceram. Os próprios óleos da nossa pele oferecem à madeira uma pátina maravilhosa. Algumas madeiras e sementes escurecem naturalmente. A rudraksha é um excelente exemplo e amo ver as sementes já escurecidas. Mesmo guardadas numa gaveta sem nunca serem usadas, escurecem. É natural. Há quem fique desagradado, mas tal como nós que ganhamos rugas com o tempo, as madeiras e sementes também mudam e não há nada que possamos fazer. Temos que aceitar que é assim e acabaremos por perceber que é maravilhoso ver aquele objecto tão pessoal a acompanhar-nos nesta jornada e a mudar como nós mudamos.
Vivo e respiro japamalas do acordar ao deitar. É o que amo fazer e ao longo dos anos fui adquirindo o "olho clínico" para "diagnosticar" os problemas nos japamalas que me chegam e com essa experiência, posso agora com confiança enumerar quais são as principais causas desses "problemas". Sem qualquer ordem específica aqui vão elas:
1. Animais - Os japamalas devem ser resguardados dos animais. Mesmo que tenham a certeza que os animais não vão mexer, guardem! Eu tinha a certeza que os meus gatos não mexiam... até um dia. Pensando bem agora, desconfio que sempre mexeram... mas nas minhas costas (gatos a serem gatos). Aprendi bem a minha lição. Acabaram-se os japamalas na cabeceira ou pendurados num Buda. Agora guardo-os todos numa pequena gaveta que reservei para o efeito. Claro que tenho os japamalas que ofereci aos meus altares mas esses estão completamente fora do alcance da gataria. Guardem os japamalas em locais seguros. Utilizem uma gaveta, uma caixa ou em saquinhos de veludo ou organza. Todos os japamalas que são construídos no Namaskar são enviados com um saco a acompanhar. Não é apenas para a viagem até ao destino, são para guardar os japamalas de forma segura. E já agora resguardados das crianças pequenas porque o japamala pode rebentar e as contas pequenas podem ser engolidas para além do risco de estrangulamento porque afinal de contas é um colar.
Conclusão: manter os japamalas afastados dos animais e crianças.
2. Enrolar o tassel com os dedos - É a reparação que faço mais vezes como mencionei no início deste artigo. Até mexe com as minhas entranhas ver esse hábito e não comento mais sobre o que sinto para não parecer mal. Inspira expira, inspira expira ahhh. Só posso dizer que é um hábito terrível e que a curtíssimo prazo não vai correr bem. Todos os anos sem excepção (já é uma tradição) reparo o japamala de uma familiar que tem esse hábito. Como é possível? Como é que depois de tanto sermão e tantas reparações continua com este "tique"? Enfim, cheguei à conclusão que talvez ela utilize o japamala como uma ferramenta de descarrego ou que enrolar os dedos no tassel seja uma forma de relaxamento. Tudo certo. O japamala é que coitado sofre e não dura mais do que um ano. Reparação de 2022 - check! Outra situação relacionada com o tassel é a altura a que ele fica quando está pendurado ao pescoço o que por vezes origina pequenos acidentes como ficar preso numa gaveta que abrimos e fechámos sem dar conta que o tassel ficou lá dentro. Também não deve esticar nem dar puxões no japamala para não fragilizar o cordão.
Conclusão: não enrolar o tassel com os dedos e ter atenção ao fechar gavetas para o tassel não ficar preso.
3. Perfumes - Não é o primeiro, nem há-de ser o último japamala que recebo para manutenção que assim que abro o envelope me perfuma o atelier e tudo o que se encontre ao redor. Este último era simplesmente... demais! O japamala tinha que ser reconstruído de raiz e já me doía a cabeça do cheiro tão intenso que dele emanava. O perfume era maravilhoso, mas tão tão tão tão forte que até fazia arder os olhos. Verdade! A minha roupa, a mesa de trabalho, tesouras, alicates, tudo cheirava ao perfume. E cheirou durante dias!!! As minhas mãos nem depois de lavadas com sabonete consegui tirar o cheiro na totalidade. Passei o dia todo a sentir que deixava rasto de perfume. Já não me suportava a mim mesma! Foi uma misturada de sentimentos nesta reparação, porque por um lado tinha a construção que adoro, por outro tinha a agonia do perfume. Foi uma reparação sofrida! O japamala era de sândalo verde que tem um cheirinho tão característico e agradável, mas só cheirava ao perfume sintético. Até fiquei de coração apertado. Acreditem, por uns breves momentos, senti-me em baixo com uma sensação de perda. Não era meu, mas senti que algo nele se perdeu para sempre.
Os perfumes industriais e águas de colónia contêm álcool que resseca as contas de madeira, removendo o brilho, desvanecendo a cor e tornando as contas esbranquiçadas e pode provocar fissuras e eventualmente poderão partir. O mesmo é válido para as contas de pedra. Já os metais ficam escuros ou verdes e não é uma pátina natural, é mesmo verdete feio e sem brilho. Os cordões e linhas, incluindo o tassel, absorvem o álcool, danificando e fragilizando as fibras até partirem. Vão desidratar profunda e irreversivelmente.
Usar perfumes industriais sobre o japamala vai causar-lhe danos irreparáveis. Primeiro vão começar por perder o brilho e mais lentamente, à medida que vão absorvendo o perfume, vão perdendo a cor e fragilizando a madeira. Quando der por isso já o japamala está condenado. Numa fase inicial, ainda pode embeber um pano limpo com óleo de côco e hidratar as madeiras, mas o uso continuado de perfumes e águas de colónia vão arruiná-lo e nada funcionará para o recuperar. O processo é lento, mas garanto que o estrago vai ser certo.
Conclusão: não apliquem perfumes com os japamalas ou apliquem antes de os colocar ao pescoço ou no pulso.
4. Não emprestar nem deixar tocar - não é um cuidado de manutenção físico mas considero que é ainda mais importante que isso: o cuidado de manutenção energético. A minha intuição diz-me que há várias pessoas nesta situação, mas somente pouquíssimas (talvez nem meia dúzia) me contactou para me questionarem se era possível o japamala começar a transmitir mal estar. Sim é! Dores de cabeça, fadiga, irritabilidade, tristeza, sentimento de bloqueio, foram alguns dos aspectos mencionados. E descobri o denominador comum entre esses clientes... todos eles permitiram que outras pessoas tocassem no japamala (porque queriam ver de perto, porque alguém mais entendido queria perceber se a pedra era verdadeira e esfregavam nas bochechas para sentir o frio da pedra (minha nossa!), porque queriam experimentar, etc. Uma das minhas clientes chegou mesmo a emprestar o seu japamala para uma ocasião especial. Não o façam por favor! Não tenham medo de dizer "Não". E não, não é egoísmo, é respeito por vocês próprios, pelo objecto, pelas vossas crenças. E não, não se aplica só aos japamalas. Aplica-se a todas as ferramentas espirituais que usamos em nós, seja japamalas, bijutaria, cristais, etc. A minha familiar, a mesma que enrola o tassel com os dedos, tem um colar com uma turmalina que usava regularmente e depois de uma perfeita estranha lhe tocar no colar e fazer um comentário super entendido no assunto, o colar começou a fazer-lhe dores de cabeça e tornou-se insuportável usá-lo. Percebam primeiro uma coisa (e isto acontece sobretudo com os cristais): ninguém que entenda minimamente de cristais e perceba o seu uso, vai tocar em cristais alheios. Ponto! Se o fizerem, então não sabem o que estão a fazer. Podem ter engolido uma enciclopédia e saber as características dos cristais na ponta da língua, mas não entendem profundamente o seu significado. Há dias estive na feira medieval da minha zona (feiras medievais ressoam comigo como se já tivesse vivido aquilo tudo) e fui visitar as bancas de cristais até um dos cristais "olhar" para mim. Era aquele! Perguntam-me "então mas vendes cristais e compras na concorrência?", sim compro, tal como compro na minha loja. Os cristais são todos diferentes e comunicam connosco. Aquele comunicou comigo. E já tinha o cristal na mão assim como outros e continuava a sondar mais pedras até o comerciante resolver meter conversa comigo e tocar na minha pulseira (nem tive tempo de reacção) para me dizer que era falsa. A minha pulseira cujos materiais tinham sido comprados lá... naquela mesma loja. E sei que a pedra é verdadeira... uma pedra de laboratório, mas verdadeira. Entrámos num debate mas decidi ficar pela paz porque claramente o senhor procurava razão. Senti-me desiludida com o comentário profundamente ignorante, desnecessário e a tremenda arrogância. Pousei tudo o que tinha e fui-me embora a pensar que mais valia estar calado e em formas de tirar a pulseira sem a cortar (é de nó). Cheguei a casa a sentir-me agitada, com o meu coração acelerado como se estivesse cheia de adrenalina, mas ao mesmo tempo esgotada. Passei a pulseira pelo fumo do incenso e energizei-a com boas intenções. Voltei ao meu eu.
O problema dos empréstimos e do toque é muito simples. Tudo é energia. Tudo tem energia. O japamala capta e absorve todas as energias. E só queremos que o japamala tenha a nossa e mesmo assim, vivemos momentos menos agradáveis e é por isso que fazemos limpezas, para remover essas energias. A energia que o tal senhor passou para a minha pulseira foi de negatividade e a minha energia mudou (aquilo que eu senti não era meu). Mesmo perante a pessoa mais agradável e positiva do mundo (será que existe?) não queiram que ela toque, porque tem uma energia que não é a vossa. Cada um segue o seu caminho, a sua experiência conforme tem que ser.
Conclusão: não emprestem nem deixem tocar nos vossos japamalas, bijutaria esotérica, cristais, etc. Se não puderem evitar, retirem-nas e logo que possível passem-nas pelo fumo de um incenso ao mesmo tempo que enviam bons pensamentos e intenções de limpeza profunda.
5. Não molhar - O japamala e água não combinam. As madeiras absorvem e apodrecem, algumas madeiras ficam bolorentas e esbranquiçadas, os metais ficam ferrugentos, baços, esbranquiçados ou com verdete, o tassel ficam sem brilho e com aspecto "despenteado" e ressequido e os japamalas de cristais perdem o brilho e alguns perdem até a cor. Por isso, para manter o seu japamala por muito tempo e com aspecto cuidado, retire-o sempre antes do banho, idas à praia ou à piscina. Evite usá-lo em ambientes muito húmidos e quando chover tente resguardá-lo o melhor que puder e se não conseguir é preferível retirá-lo e guardá-lo.
À excepção de quem usa o japamala no banho, há pessoas que molham o japamala intencionalmente e percebo agora o porquê. Muitas pessoas ouvem os "ensinamentos" de algumas lojas esotéricas e blogues sobre a limpeza dos cristais com água e partem do princípio que o mesmo se aplica aos japamalas. Mas não é assim. É verdade que podem ser feitas limpezas energéticas com água nos cristais, acontece é que este método não se aplica a todas as pedras e isso, muitas vezes, não é mencionado e, muitas vezes, são erradamente apontadas pedras que não podem mesmo levar água. O japamala não pode apanhar água ou humidade.
Conclusão: retirar o japamala antes do banho e nas idas à praia ou piscina. Resguardá-lo da chuva e de ambientes húmidos. Para limpezas energéticas, utilize o fumo de um incenso em vez de água.
6. Limpezas energéticas regulares - Existem vários métodos para fazer limpezas energéticas: o sol, a lua, reiki, cristais, entre outros, mas recomendo o método mais seguro, prático e também muito eficaz: passar o japamala pelo fumo de um incenso e carregá-lo com boas energias ao transmitir bons pensamentos. Não importa o aroma, mas optem por um bom incenso. Certifiquem-se que o rodam o japamala para que o fumo penetre em todo o lado. É o meu método de eleição. Como reikiana, por vezes utilizo simultaneamente o chokurei.
As limpezas devem ser feitas regularmente, idealmente após cada utilização. Como sei que ninguém faz isso, sugiro pelo menos uma limpeza semanal e/ou sempre que a experiência do dia seja menos boa. Mensalmente podem colocá-los ao luar durante a lua cheia (protegido da humidade da noite).
Conclusão: passar o japamala pelo fumo de um bom incenso é um bom método de limpeza energética. Deve ser feito regularmente e sempre após experiências menos agradáveis.
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*Promoção válida de 02.01.2023 a 31.12.2023Japamala de sândalo, ébano e pedra lava com Meru, pendente (Flor de Lótus) e tassel.Pode ser usado como colar ou enrolado no pulso como pulseira. O uso regular traz inúmeros benefícios à saúde física, em